“A Inteligência Artificial não está no caminho das grandes contratações”
Recentemente li uma entrevista com o colega de profissão, Marcelo Arone, que inicia com essa frase acima, do próprio. Sei que para muitos do nosso setor e aos entusiastas tecnológicos, pode ser uma frase polêmica e soar como antiquada. Mas, eu concordo e muito!
Há bastante tempo acompanho de perto as evoluções tecnológicas do meu setor, o surgimento de diversas HRTechs e soluções quase “mágicas” para resolver a dor de todas as empresas: contratação de pessoas.
Sem dúvidas já existe muita coisa boa nessa área – inclusive já investimos e adquirimos algumas na Tailor, mas, até o momento elas não se mostraram eficazes quando falamos do recrutamento de executivos.
Há mais de uma década atuando nessa área, posso afirmar que as grandes contratações dependem muito da atuação humana, de um experiente Headhunter (ou recrutador) com alta capacidade de leitura e diagnóstico da empresa, suas necessidades e cultura, a visão criativa para soluções além do óbvio, uma ótima rede de relacionamentos, grande habilidade de avaliar competências subjetivas e perfis de pessoas e experiência em técnicas de negociações e persuasão. Isso dificilmente um robô terá.
Como o Aron coloca na entrevista, é claro que não desprezamos a tecnologia, nem queremos ficar para trás, mas quando o assunto é executive search, elas são grandes aliadas para geração de dados, automatização de tarefas e suporte para a tomada de decisão, não para a realização do processo.
Existe muita profecia apocalíptica dos gurus de profissões, em todas as áreas. É fundamental entendermos que algumas coisas sempre dependerão do contato humano, do olho no olho (assim espero) e usarmos a tecnologia como aliada para que possamos investir e desenvolver não só a inteligência artificial, mas a humana.