Um estudo em 400 empresas brasileiras (Via: Fundação Dom Cabral e Neo Executive)
Um estudo conduzido pela Fundação Dom Cabral e pela Neo Executive Search com 400 empresas brasileiras revelou um tema crucial para a gestão corporativa: a governança. Embora 76% dos entrevistados concordem que conselhos e estruturas robustas aumentam o valor das empresas, diferenças significativas de percepção entre CEOs e conselheiros apontam para desafios importantes.
Perspectivas divergentes: CEOs x Conselheiros
Enquanto os CEOs tendem a enxergar os conselhos como estruturas potencialmente burocráticas e pouco flexíveis, os conselheiros avaliam seu papel como indispensável para decisões estratégicas. Essa divergência está diretamente ligada à questão da confiança e do fluxo de informações:
- CEOs possuem maior controle sobre as informações e podem perceber a supervisão do conselho como uma intervenção.
- Conselheiros, por outro lado, dependem dessas informações para tomar decisões informadas e podem sentir que recebem dados filtrados.
Estruturas de Governança e seu impacto
O formato dos conselhos varia de acordo com o perfil das empresas. Nas companhias de capital aberto, predominam conselhos administrativos com responsabilidades fiduciárias. Já entre empresas familiares, 52% utilizam conselhos consultivos.
A presença e a longevidade dessas estruturas também chamam atenção. Nas maiores empresas, com faturamento acima de R$ 500 milhões, 50% possuem conselhos há mais de cinco anos. Esse dado destaca a importância de governança consolidada em empresas de grande porte.
Quem compõe os Conselhos no Brasil?
A composição dos conselhos reflete a realidade do mercado brasileiro:
- Em média, 5,4 membros por conselho.
- 4,6 homens e 1,5 mulheres.
- Apenas 1,9 conselheiros independentes.
Empresas familiares e de menor porte tendem a contar com mais mulheres nos conselhos, geralmente sócias ou acionistas. Apesar disso, a diversidade ainda é um desafio relevante, especialmente em companhias maiores.
O valor de Conselhos bem estruturados
Diferenças de percepção são naturais, mas um conselho de administração bem estruturado pode ser um divisor de águas para o crescimento sustentável de uma empresa. Entre os benefícios estão:
- Melhor tomada de decisão: Orientada por dados e análises estratégicas.
- Planejamento sucessório eficiente: Garantindo a continuidade e a longevidade do negócio.
- Gestão de crises aprimorada: Respostas rápidas e coordenadas em momentos críticos.
Conclusão: Governança para o crescimento sustentável
O estudo mostrou que governança eficiente não é uma prática restrita a grandes corporações. Empresas de todos os tamanhos podem se beneficiar de estruturas bem definidas e alinhadas. No entanto, para que a governança seja efetiva, é essencial promover o diálogo entre CEOs e conselheiros, fortalecer a transparência na comunicação e buscar a diversidade na composição dos conselhos.
Investir em governança é investir no futuro da empresa. Seja para melhorar processos, planejar sucessões ou enfrentar desafios, conselhos bem estruturados têm o potencial de transformar negócios e criar bases sólidas para o crescimento contínuo.