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É preciso requalificar os brasileiros para o futuro do trabalho

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A transformação digital, que hoje impacta setores como agricultura, indústria e finanças, tem como base a Inteligência Artificial (IA), que há muito deixou de ser exclusividade dos setores de tecnologia de ponta. De acordo com um estudo encomendado pela IBM, o Brasil é o país que mais usa IA na América Latina.

Tania Cosentino, presidente da Microsoft no Brasil, aponta que a adoção da Inteligência Artificial gera posições de trabalho de maior valor agregado e elimina posições de baixo valor agregado. Dessa forma é essencial que o mercado de trabalho brasileiro consiga preencher a demanda por novos empregos habilitados pela Inteligência Artificial.

Em entrevista à Exame, a executiva argumentou que não são apenas os profissionais e nem as empresas de tecnologia que devem evoluir com estes novos tempos: empresas de todos os setores atualmente também são empresas de tecnologia e todas elas estão disputando os mesmos profissionais. “Antes, a dança das cadeiras ocorria somente dentro do mundo de tecnologia. Há necessidade urgente de treinar novas pessoas. Primeiro, não ter essas pessoas hoje significa um atraso do avanço do meu negócio e o atraso da recuperação econômica do Brasil. E o segundo problema é aumentar um gap social que já é gigantesco no Brasil”, explicou a presidente de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.

E o caminho para a qualificação parece longo e árduo. De acordo com a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), a procura por profissionais de TI será de 420 mil pessoas até 2024, sendo que o Brasil forma apenas 46 mil por ano.

Tânia Cosentino entra em consenso com os pesquisadores do Fórum Econômico Mundial sobre o futuro do trabalho e a economia digital: o problema é grande demais e a janela para requalificar a população é muito curta para apenas um agente trazer a solução: “A gente precisa acelerar a requalificação dos jovens. Temos o obstáculo da pandemia, mas isso ainda vai passar. E não podemos perder esse tempo para capturar o crescimento nos empregos de tecnologia. E com o desemprego aumentando, o senso de urgência só aumenta.”

Felizmente tem havido variadas ações nesse sentido. Pela necessidade de contratar desenvolvedores, diversas empresas têm aberto cursos rápidos, de 2 a 6 meses, e gratuitos para tentar aplacar a demanda. Enquanto isso, o governo federal fez uma parceria com a Microsoft para acabar com um problema inicial que impede a entrada dos brasileiros na nova economia: o letramento digital. Os cursos estão disponíveis para qualquer pessoa na plataforma online apoiada pela Microsoft.

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