São vários os desafios de qualquer liderança. Alguns deles recaem sobre todo profissional que, em algum momento, torna-se líder, já que, uma vez na liderança, esse “novato” terá que encarar toda a organização de uma nova forma. O contexto em que vivemos traz ainda mais obstáculos para qualquer um na linha de comando. Enquanto pensávamos que estávamos voltando ao “normal”, questões que pareciam resolvidas voltaram às bocas e cabeças de muita gente:
— Híbrido é o novo normal?
— Será ainda possível o retorno aos negócios “de costume”?
Pois é! A possibilidade/necessidade de trabalho remoto é o que exigirá dos líderes mais eficiência, compreensão, polivalência e foco estratégico. Líderes agora, mais do que nunca, são como maestros que devem conduzir seus liderados à maneira de uma orquestra afinada — devem ser suas inspirações. Tais líderes precisam reunir competências alinhadas a características como antifragilidade, disciplina e coragem, sem medo de errar, já que erros fazem parte do processo de absorção da novidade e, não menos importante, de segurança psicológica.
E, nesta era de intensa transformação digital, a ideia de que o líder deve saber mais do que o liderado já não faz parte do presente — o foco deve estar na cultura da empresa. Devem ser valorizados o trabalho em equipe e a cultura organizacional. Outro valor que deve ser ressaltado é o compartilhamento — essencial especialmente em uma cultura diversa, na qual diferentes competências e níveis de entendimento dos processos exigem a troca de conhecimentos para o efetivo sucesso de uma equipe remota.
E sobre esse tão necessário compartilhamento foi que Fernanda Nogueira, Sócia-Fundadora da Tailor, da qual também é Headhunter e líder, conversou com a gente. Fernanda apontou como um dos grandes desafios para se abrir mão do trabalho presencial, ainda que parcialmente (na forma de trabalho híbrido), manter a celeridade de processos que envolvam as eventuais e rápidas trocas de informações entre os membros da equipe. Para Fernanda, mesmo as mais dinâmicas ferramentas de interação entre pares disponibilizadas aos ambientes remotos pecam em agilidade quando comparadas com a velocidade com o que esse tipo de interação pode ser feito dentro de um mesmo ambiente físico: segundos que são poupados em cada situação acabam fazendo a diferença no fim do dia.
Assim, para solucionar novos problemas, que vieram às margens do “novo normal”, é preciso pensar diferente, principalmente quando falamos de pessoas:
A relação humana é muito importante. Não vai ter vaga remota pra todo mundo, não vai ter mesmo. O híbrido é a verdade!
(Tadeu Ferreira, no webinar da Aprimorha)
Mas isso é uma tendência? Não. É momento de construção, ou reconstrução. A inserção da tecnologia deve ser um meio, e não o fim. O home office e a aceitação em massa de novas tecnologias já estavam previstos para o mercado de trabalho — a pandemia apenas acelerou o que já era uma tendência.