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É sobre deixar ir e voltar

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Ultimamente tenho feito posts sobre a história de alguns Tailors. A repercussão tem sido muito legal, então vou contar mais uma!

Conheci a Ana Miranda em 2014, quando ela estava na faculdade e era minha estagiária. Mesmo com um jeitinho introspectivo e insegura (características que já não existem mais), rapidamente vi que era absurdamente competente e com uma disposição incrível de me ajudar a reerguer a operação.

Imediatamente ela se tornou meu braço direito – e esquerdo. Mas logo depois eu estava sendo transferido para outra cidade e falei com ela: vem comigo! Não quero assumir esse desafio sozinho. Ela não topou e tinha um bom motivo para isso. Estava concluindo a faculdade de Economia e queria se testar profissionalmente na área de formação. Justo!

O “não” dela, veio com uma carta maravilhosa, que ainda guardo na gaveta e vou expor alguns trechos (e ela vai me matar.. rsrs):


Você vai ser pra sempre meu chefe! Por mais que eu não tenha que responder nunca mais para você, você vai ser pra sempre meu professor na vida! Você é uma inspiração para mim e o que mais aprendi aqui é que fo**-se onde você formou e o berço que você veio, quem se empenhar vai brilhar! (…) Eu não sei ouvir que você está com medo de ir sem mim, tenho certeza de que você não precisa de ninguém para ser o sucesso que você é!”

Daí para frente nossos caminhos profissionais se separaram. Ela deixou de ser Headhunter e entrou no financeiro de uma empresa de TI. Obviamente se destacou, cresceu e pouco tempo depois assumiu a gestão da área.

Mais de 4 anos se passaram, até que um dia ela me procurou para conversar sobre a carreira, disse que queria sair da empresa e voltar a trabalhar comigo. Gigante coincidência do destino. Neste momento a Tailor existia no papel, contei para ela o projeto e deixei claro: Não tenho nenhuma vaga para você ainda, a empresa não foi lançada, nem dinheiro eu tenho para te pagar, mas assim que possível te busco.

No dia seguinte a doida me mandou uma foto com sua carta de demissão da empresa que estava. Me desesperei um pouco, sabia bem sobre a vida dela e que ela não poderia se dar ao luxo de não ter um salário. Mas ela não quis saber, assumiu o risco, colou em mim desde o momento de limpar as mesas do pequeno coworking que iniciamos, até lançarmos de fato a Tailor.

E lá se vão mais 4 anos. Dessa vez juntos. Além de uma baita Headhunter sênior, pela experiência que acumulou antes ela se tornou minha sócia e nossa CFO.

  • A lição que tiro disso é que a Ana errou – e muito – quando disse que eu não precisaria de ninguém para ter sucesso. O sucesso (o que quer que isso signifique) só vem quando tempos pessoas incríveis ao lado.
  • Aprendi que as pessoas precisam ir e eventualmente voltar. Na hora certa, com a bagagem certa. Não é só sobre a pessoa sair deixando as portas abertas na empresa, é sobre o gestor ter a porta aberta nas pessoas que passam pela sua gestão.

E, novamente, de quebra ganhei uma grande amiga!😊

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