Quem foi Roger Agnelli, o polêmico ex-presidente da Vale que multiplicou o valor da empresa em mais de 20 vezes.
Em março de 2021, mês em que completam cinco anos da trágica morte de Roger Agnelli, publicamos o primeiro Especial da Tailor ao longo de cinco dias. Nada mais justo a aquele que é considerado por muitos o maior executivo da história do Brasil e comandou a maior empresa privada do país, por gloriosos 10 anos.
Nesse especial contamos um pouco de quem foi Roger Agnelli e da trajetória do executivo que em 2011 tinha salário estimado em 15 milhões de reais e elevou a Vale ao patamar de segunda maior mineradora do mundo. Agnelli faleceu aos 56 anos, em um trágico acidente de avião em 2011.
Perfil:
- Natural de São Paulo – SP
- Nascido em 3 de Maio de 1959
- Faleceu em 16 de março de 2016
- Católico apostólico romano
- Foi casado por quase 30 anos com Andrea (falecida no mesmo acidente)
- Dois filhos, João e Anna (falecidos no mesmo acidente)
- Graduado em economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP)
- Carreira de mais de 20 anos no grupo Bradesco
- Mais de 10 anos de Vale
- Empresário por cinco anos com empreendimentos
A chegada à Vale:
- Cria do Bradesco, Agnelli trabalhou por mais de 20 anos na instituição
- Bradesco compra parcela significativa da Vale, após privatização da CVRD
- Agnelli ocupava o cargo de CEO da Bradespar
- Assume então a presidência do conselho da Vale aos 37 anos
- Em julho de 2001 é nomeado CEO da Vale
- A Vale era uma empresa essencialmente brasileira
- Estava rankeada como 8ª maior minerador do mundo
- O valor de mercado da companhia era de 7bi de dólares na época
A era Roger na Vale:
2001 | Agnelli assume como CEO da Vale
2003 | A Vale se torna a maior empresa privada da América Latina.
2005 | A Vale se torna a primeira empresa brasileira a obter o investment grade.
2006 | A Vale compra a canadense Inco, a maior aquisição já feita por uma empresa da América Latina.
2007 | A Vale passa de quarta para segunda maior mineradora do mundo.
2008 | A Vale é a única empresa da América Latina listada no Carbon Disclosure Leadership Index.
2009 | A Vale lança a pedra fundamental dos projetos de carvão Moatize, em Moçambique, e de pelotização em Omã. Roger Agnelli é considerado um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.
2008 | A Vale passa a valer 200bi (valia 7bi em 2001)
2011 | Em 10 anos de gestão de Roger Agnelli, ações da Vale se valorizam 1.583%.
2012 | Agnelli é eleito 4º melhor CEO do mundo pela Harvard Business Review
A estrela brilhante de Roger:
No mercado, todos diziam que Roger Agnelli tinha uma estrela brilhante.
Sua posse no comando da Vale coincidiu com a alta histórica do preço do minério de ferro, que chegou a bater em 130 dólares a tonelada.
Agnelli deixou a mineradora justo no último trimestre em que a tonelada do minério superava a casa dos 100 dólares. Daí em diante passou a despencar.
Roger desistiu de uma evoluída negociação de compra da Extrata, dias antes da conclusão do negócio. Pouco depois estourou a crise bancária americana, que atingiria fortemente uma Vale descapitalizada pela compra, se tivesse ocorrido.
Uma das melhores tacadas de Roger foi a aquisição da canadense Inco, que rendeu bons resultados para a companhia.
Os novos Vales de Roger:
Ao deixar a companhia Agnelli seguiu os conselhos de Mário Teixeira, executivo do Bradesco e seu mentor e foi viver a vida.
Pegou a família e foi passar uma temporada na Itália, onde fez curso de culinária e se entregou a viagens pelo Mediterrâneo, regadas a passeios de iates e charutos.
Em seguida foi a Boston, estudar no MIT(Massachusetts Institute of Technology)..
Retornou aos palcos do mundo corporativo como empreendedor, fundando e administrando a AGN Participações, que além dos ativos da B&A Mineração, em sociedade com o BTG Pactual, avaliava mais de 100 projetos.
A menina dos olhos de Roger sempre foi a África. Mas infelizmente a estrela do executivo se apagou,antes que pudesse deixar sua marca, também, naquele continente
Agnelli morreu em uma queda de avião em São Paulo no dia 19 de março de 2016.
O avião era de propriedade de Agnelli. Além dele morreram o piloto Paulo Roberto Bau, sua esposa Andrea Agnelli, os filhos João Agnelli e Anna Carolina, o genro Parris Bittencourt e a namorada do filho de Agnelli.
A aeronave decolou do Aeroporto Campo de Marte em São Paulo às 15h20min, com destino ao Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, caindo três minutos após a decolagem. A família viajava para um casamento do sobrinho de Agnelli.