O termo “ageism” foi cunhado pelo gerontologista Robert Butler (1969) para definir uma forma de intolerância relacionada com a idade, com conotações semelhantes ao “racismo” e “sexismo”, direcionada a pessoas idosas.
Palmore apontou o ageísmo como o terceiro maior ”ismo” identificado nas sociedades do mundo ocidental.
Diferente dos temas raça e gênero, pesquisas sobre diversidade etária são escassas, o que sugere a necessidade de novos paradigmas e novas abordagens para o assunto. Nos Estados Unidos o termo vem sendo discutido desde a década de 60 em diversos contextos.
Para dar uma ideia, em 1967, o Congresso norte-americano promulgou o Age Discrimination in Employment Act, para proteger os trabalhadores com idade acima dos 40, passo importante no combate ao etarismo institucional, praticado por instituições ou organizações através de suas políticas e práticas.
Uma pesquisa realizada em 2012 pelo CIPD do Reino Unido, em conjunto com a TAFEP de Singapura, com 103 empregados em Singapura, reforça os aspectos culturais conhecidos relacionados ao respeito pelas pessoas mais velhas no oriente. Lá, trabalhadores maduros são vistos como leais, comprometidos e éticos e 98% dos respondentes valorizam seus conhecimentos e habilidades.
Lá, o governo introduziu, com o apoio e participação de empresas, uma série de iniciativas para incentivar a absorção e continuidade da população mais madura no mercado de trabalho. No Brasil ainda percebemos uma resistência frequente ao envelhecimento, o que pode ser demonstrado por uma percepção da sociedade em relação aos idosos, que são vistos como seres frágeis e improdutivos.
Assim, nas sociedades ocidentais, a velhice ainda é estereotipada como uma etapa de limitações e de perdas.
Nesse contexto, surge o “etarismo” e seus sinônimos, termo que define uma forma preconceituosa de encarar a velhice e que é bastante disseminado em nossa cultura. Muitas vezes, essa discriminação encontra-se mascarada na nossa sociedade, mas que se reflete de diversas maneiras.
O etarismo pode ser pessoal ou institucional, sendo, no primeiro caso, realizado por pessoas e, no segundo, por instituições, ou organizações, através de suas políticas e práticas. Ele raramente opera de forma isolada e pode ser especialmente prejudicial para as mulheres, que sofrem tripla discriminação: de idade, gênero e aparência.
Os estereótipos de idade em processos de Recrutamento e Seleção foram assinalados em alguns estudos internacionais, bem como a influência da distribuição etária de uma organização na percepção de seus funcionários.
Os resultados apontam para a necessidade de intervenções específicas, pois, ao contrário do que ocorre com a diversidade racial ou de gênero, raramente são empreendidas iniciativas para aumentar a diversidade etária nas organizações.
Fontes:
Blog sobre o Etarismo nas Organizações
O “etarismo” e a velhice: revisão das publicações nacionais
Etarismo em Seleção: a dura realidade para quem tem mais de 45 anos no Brasil
Um estudo sobre o etarismo nas organizações