A pandemia do novo coronavírus não apenas despertou empresas, como também muitos profissionais.
Neste momento que estamos vivendo a pandemia do novo coronavírus, muito se fala na imprensa e nas redes sociais que grande parte das organizações foram lançadas a uma arena mercadológica que elas não estavam 100% preparadas para atuar, e que isso impulsionou investimentos em iniciativas de transformação digital numa velocidade incomum.
Como as empresas não passam de “CNPJs”, o que aconteceu foi que o impacto anteriormente citado, na verdade, aconteceu diretamente com as pessoas que trabalham para estas empresas. Algumas com projetos ousados e engavetados ganharam espaço e luz, outras tiveram que se reinventar e existem ainda aquelas que não estão entendendo o que está acontecendo.
O fato é que este panorama impactou e impactará a carreira e o futuro presente do trabalho de todos nós. Saíram a meu ver na frente os profissionais que há tempos buscaram ter acesso a novos conhecimentos (transdiciplinares), viveram diferentes experiências (principalmente os baseados em tecnologia), formaram uma rede de contato eclética e ampliaram seus ecossistemas.
Acho engraçado, pois vi muitos destes profissionais sofreram “bullying” corporativo pelo fato de se movimentarem em busca do novo, inclusive investindo do próprio bolso. Alguns confidenciavam para mim que se sentiam mal, pois os colegas de empresa achavam que por eles estarem buscando novos conhecimentos e frequentarem eventos / treinamentos, que não necessariamente estavam relacionados às suas respectivas áreas de atuação, eles estavam “matando” horas de trabalho ou buscando novo emprego.
Neste momento são alguns destes profissionais que estão fazendo a diferença.
O que estes profissionais têm de especial e que o mercado passou a dar ainda mais valor é o seu PENSAMENTO DIGITAL, que é caracterizado por:
- Não linear – o pensamento deles não é linear, ou seja, as coisas não acontecem necessariamente sempre em etapas, onde uma tarefa acontece e a próxima vem logo a seguir. Eles não trazem resistência e acreditam em multipolaridade e em funções simultâneas.
- Não repetitivo – o pensamento não é repetitivo e por isso propõe que uma mesma pessoa não faça sempre a mesma tarefa e, quanto menos ela fizer, melhor será naquela atividade. Não é a lógica de um especialista.
- Não segmentado – no pensamento deles cada tarefa não é feita por uma pessoa ou por um grupo delas. As estruturas para a execução das atividades não são departamentalizadas. Existem conexões em projetos, pessoas e áreas não por conta de uma “linha de montagem”, e sim pelas trocas, pelo ecossistema, pelos desafios.
- Imprevisível – o pensamento é imprevisível porque nem todos os produtos e serviços devem ser iguais.
- Percepção Social – a percepção social destes profissionais, ou seja, leitura da mente dos outros, está acima da média. Eles “percebem” o olhar do outro.
Gosto e me identifico com estes profissionais, pois eles quebram paradigmas. Normalmente eles são questionados sobre como eles fazem as coisas diferentes, e a resposta padrão é tão simples … “inventamos usando a nossa imaginação”.
Eles trazem para as organizações a cultura da disrupção coletiva. Normalmente os seus projetos vêm com a lógica de vender antes e comprar as coisas para conseguir efetivar as vendas depois.
A intuição humana é linear e as tecnologias que estão a nossa volta são exponenciais. Por isso as empresas, que também são na sua maioria lineares, têm que ir migrando capital, seja financeiro ou intelectual / humano para o lado exponencial, se quiserem sobreviver e crescer é lógico.
E você, que está atento à sua empregabilidade, reflita com profundidade se realmente você possui pensamento digital. Se não tiver, ainda tem tempo para você correr atrás e estruturar o seu desenvolvimento.